MARCO DASSORI @marco.dassori @jcommercio

A corrente de comércio exterior do Amazonas se manteve ascendente em relação ao ano passado. As exportações e importações somaram US$ 1.37 bilhão, empatando com agosto de 2022, mas já 18,10% acima da marca do mesmo mês de 2021 (US$ 1.16 bilhão). O maior baque veio das exportações, que foram puxadas por concentrados para bebidas não alcoólicas e motos, vendidos principalmente para Colômbia e Argentina. Mas, ouro e nióbio também aparecem em destaque na lista. O melhor resultado veio da aquisição de insumos para o PIM. É o que revelam os números do portal Comex Stat. A base de dados alimentada pelo governo federal informa que as vendas externas do Estado totalizaram US$ 82.15 milhões no mês passado, indicando um tropeço de 3,62% ante julho (US$ 85.24 milhões), e uma escalada de 24,85% diante da marca de 12 meses atrás (US$ 65.80 milhões).

As importações fecharam em US$ 1.29 bilhão, sendo 13,79% maiores do que as contabilizadas no mesmo mês de 2021 (US$ 1.16 bilhão), embora tenham praticamente empatado com o dado anterior. No acumulado do ano, as exportações (US$ 677.63 milhões) subiram apenas 3,63%, enquanto as compras no exterior (US$ 9.42 bilhões) aumentaram 9,62%. A análise por pesagem das mercadorias mostra panorama diferente, em sintonia com os impactos da variação cambial e da inflação na balança comercial.

O volume das vendas externas não passou de 16,01 mil toneladas e desabaram 41,70% no confronto com o mesmo mês de 2021 (27,46 mil). Já as aquisições no estrangeiro foram na direção contrária e decolaram 30,09% na mesma comparação, com 207,65 milhões de toneladas (2022) contra 159,62 milhões de toneladas (2021). Em nove meses, a queda foi confirmada para as exportações (-20,49% e 183,90 mil toneladas) e as importações (+1,67% e 1,82 milhão de toneladas) foram pouco além do empate. Insumos da China As importações foram encabeçadas por insumos para o PIM, além de manufaturados. A lista foi puxada por circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 265.23 milhões), discos, fitas e suportes para gravação de sons (US$ 90.32 milhões), polímeros de etileno (US$ 81.02 milhões), componentes para televisores, celulares e decodificadores (US$ 73.89 milhões), celulares (US$ 66.96 milhões), “óleos de petróleo” (US$ 62.37 milhões), e partes e acessórios para veículos de duas rodas (US$ 55.87 milhões). Apenas o quarto e o quinto itens citados regrediram em valores, na comparação com setembro de 2021.

A China (US$ 556.34 milhões) confirmou liderança no ranking de países fornecedores, com progressão de 14,74% em relação ao nono mês de 2021 (US$ 484.87 milhões). Foram seguidos por EUA (US$ 164.71 milhões), Coréia do Sul (US$ 90.55 milhões), Taiwan/Formosa (US$ 85.15 milhões), Vietnã (US$ 76.68 milhões) e Japão (US$ 53.40 milhões), entre outros. Apenas o Vietnã regrediu em relação ao número de 12 meses atrás. Em entrevistas recentes à reportagem do Jornal do Commercio, o gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Marcelo Lima, reforçou que as importações devem se manter positivas neste mês e nos próximos, em virtude da aproximação das festas de fim de ano e da Copa, a despeito das incertezas geopolítica.

“A continuidade da guerra na Ucrânia afetou de forma indireta, com as importações sendo retardadas, em função do acesso”, ponderou. Colômbia e concentrados A Colômbia (US$ 12.51 milhões) emendou seu segundo mês seguido na primeira posição da lista de destinos das vendas externas amazonenses, com expansão anual de 24,35%. Foi seguida pela Argentina (US$ 10.40 milhões), que se ergueu da quinta colocação para a vice-liderança, impulsionada pela maior compra de manufaturados do PIM, como motocicletas, barbeadores, celulares e TVs. Bolívia (US$ 9.70 milhões), EUA (US$ 9.62 milhões) e China (US$ 7.69 milhões) superaram a Venezuela (US$ 7.44 milhões) –que vinha encabeçando o ranking nos últimos anos e foi o único da lista a recuar ante 2021. As preparações alimentícias/ concentrados (US$ 20.28 milhões) mantiveram a primazia da pauta das exportações do Amazonas, com escalada anual de 45,58%. As motocicletas (US$ 19.30 milhões) também asseguraram a vice-liderança, com decolagem de 58,72%, na mesma comparação. O ouro (US$ 7.69 milhões) –vendido exclusivamente à Alemanha – subiu da quarta para a terceira posição.

A lista incluiu também “ferro ligas”/nióbio (US$ 5.86 milhões), e circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 3.37 milhões). Apesar da confirmação da presença dos concentrados e das motos no pódio das vendas externas do Estado, os próximos manufaturados do Polo Industrial de Manaus presentes na lista só aparecem na sexta e 11ª posições: lâminas e aparelhos de barbear (US$ 2.99 milhões), televisores (US$ 2.78 milhões) e celulares (US$ 1.17 milhão), entre outros. A lista inclui ainda diversos componentes fabris, como transformadores elétricos (US$ 614.647).

“Crescimento vegetativo” Marcelo Lima avalia que, a despeito das oscilações nas vendas externas, os números do acumulado indicam que a dinâmica ficou dentro de um “crescimento vegetativo” e um movimento “normal” para a balança comercial amazonense. Na análise do gerente executivo do CIN/Fieam, a subida da Colômbia ao topo do pódio se deveu principalmente ao aumento de exportações de concentrados ‘made in ZFM’. Quanto aos dados mais modestos de peso de mercadorias, o executivo reforça que não houve nenhuma descontinuidade ou “fator extraordinário” no mercado que pudesse justificar a alta nos valores das exportações e importações. “

Costuma haver crescimento no segundo semestre. Mesmo com a variação do dólar, tivemos inflação, tanto nos importadores do Amazonas, quanto nos países exportadores para a ZFM, o que influencia”, justificou. O dirigente acrescenta, entretanto, que a sazonalidade é favorável para o comércio exterior, assim como a ocorrência de um mundial de futebol, proporcionando perspectivas de novo aumento na corrente de comércio exterior do Amazonas. “O cenário é bastante positivo, em razão da chegada das festas de fim de ano e da Copa, que é um evento importante para a demanda de eletroeletrônicos, como TVs e celulares. Acreditamos que, até o final do ano, devemos atingir R$ 1 bilhão em exportações, o que é uma marca até modesta, pois já atingimos valores mais elevados em anos anteriores”, arrematou.

Fonte: JCAM

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