A Norte-Sul pode baratear o custo da ZFM num esquema intermodal que envolveria Belém, Maranhão e os centros consumidores
Uma obra planejada no Governo de José Sarney (1985-1990) acaba de ser concluída silenciosamente pelo Governo Federal. Trata-se da ferrovia Norte-Sul, uma obra que agora promete revolucionar a logística do País e beneficiar o escoamento de produtos feitos na Zona Franca de Manaus.
A ferrovia Norte-Sul pode baratear o custo dos produtos da Zona Franca num esquema intermodal que envolveria transporte fluvial até Belém (PA), rodoviário até o Maranhão e finalmente ferroviário até os centros consumidores dos produtos feitos na capital Amazonense.
De acordo com informações oficiais, no fim de maio foi terminada a obra do último trecho da ferrovia Norte-Sul, que liga os município de Goiás e Goianira, no interior do Estado de Goiás.
O percurso planejado no Governo Sarney era bem maior que o atual e previa uma ligação ferroviária entre o Norte e o Sul do País com 4,1 mil quilômetros de trilhos, iniciados no porto de Itaqui, no Maranhão, até o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
Após tantos anos e tantos escândalos de corrupção, além de erros técnicos e R$ 15 bilhões investidos, o percurso da Norte-Sul ficou em 2,2 mil quilômetros, entre Açailândia, no Maranhão, e Estrela d’Oeste, em São Paulo, ligando apenas o Norte ao Sudeste
Embora menor, esse trajeto ainda é gigante, cortando quatro das cinco regiões do Brasil (Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Nordeste). E quais vantagens a Norte-Sul trará? Para Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, ouvido pelo portal Metrópoles, os benefícios incluem uma redução de até 40% dos custos de frete.
“Este é um momento histórico e pode representar o início de uma reversão da ideia que o país tem sobre logística. A Norte-Sul é a primeira ferrovia inaugurada nos últimos 15 anos no Brasil. Pior do que isso, em meados dos anos 1990, tínhamos 29,5 mil quilômetros de linhas férreas e, desde então, reduzimos a nossa malha. Hoje, temos somente 12 mil quilômetros de trilhos sobre os quais cargas são transportadas. Ou seja, a Norte-Sul muda um pouco esse cenário”, disse o especialista.
Fonte: Real Time 1