Por Marco Dassori

Lideranças do PIM comemoraram o lançamento do Novo Brasil Mais Produtivo e avaliam
que a iniciativa deve ajudar as pequenas e médias indústrias do Amazonas a entrar na quarta revolução industrial, além de incrementar a economia. A nova formatação do programa federal, que já existia desde 2016, envolve parceria com um número
maior de instituições para promover a transformação digital de micros, pequenas e médias
indústrias. A nova versão foi apresentada nesta quinta (16), durante solenidade realizada
na sede da CNI (Confederação Nacional da Indústria), em Brasília (DF).

O programa é coordenado pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio
e Serviços) e, a partir de janeiro de 2024, vai destinar R$ 2,037 bilhões para o engajamento de 200 mil empresas  brasileiras, das quais 93,1 mil receberão atendimento direto. Ao final do processo de maturidade digital, que envolve várias etapas, ao menos 8.200 delas devem alcançar a chamada “fronteira tecnológica” –com instalação de sensores digitais na linha de produção, interligação de sistemas por computação em nuvens, utilização de Big Datas, IoT (internet das coisas), impressão 3D e inteligência artificial.
Nos últimos anos, o Brasil Mais Produtivo já vinha operando com o Sebrae prestando consultorias a comércio e serviços, enquanto o Senai atendia a indústria.

Com a nova formatação, a expectativa é de mais sinergia.

BNDES, Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), somam-se às parcerias já consolidadas da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Sebrae e Senai –que contam com recursos próprios. Participam também os Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação e
do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

Produtividade e competitividade

Durante o evento, o vice-presidente e titular do Mdic, Geraldo Alckmin, enalteceu os
esforços conjuntos em favor da melhoria da produtividade e competitividade das MPMEs
brasileiras. “Temos de ter humildade de reconhecer que o Brasil há 40 anos perde produtividade (…) e precisamos agir na causa dos problemas para ter um crescimento econômico forte, sustentável, que gere emprego e renda para a nossa população.

E aí surge o novo Brasil Mais Produtivo, procurando, de maneira objetiva, [estabelecer]
diagnóstico, prognóstico e tratamento às empresas”, frisou. O presidente da CNI, Ricardo
Alban, ressaltou que os problemas de produtividade impactam na participação do
setor no PIB e na competitividade do país, e exigem a adoção de novas tecnologias e qualificação do trabalho. O industrial destacou ainda que as MPMEs industriais representam 81% do total das empresas e são responsáveis por 39% dos empregos
formais no país.

“Sabemos como é difícil chegar em uma pequena indústria, com tantos desafios. O apoio à
melhoria da gestão e à adoção de tecnologias digitais e processos produtivos eficientes ajudará o país a construir uma indústria mais dinâmica e inovadora e uma economia pujante, que ofereça melhores oportunidades de emprego e renda para a população”, defendeu.

A diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Margarete Coelho, lembrou que
a economia brasileira passa por processo de desindustrialização e destacou a importância dos pequenos negócios no crescimento do país. “Os pequenos negócios representam cerca de 95% das empresas. A recuperação da indústria brasileira passa pela pequena empresa e
essa evolução vai depender de ampliarmos a produtividade e a competitividade. O caminho
para a mudança passa pela capacitação e pelo investimento em tecnologia”, frisou.

“Emprego e renda”

O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) e vice-presidente executivo da CNI, Antonio Silva, disse à reportagem do Jornal do Commercio
que o programa consiste em um movimento do governo federal que busca atuar justamente em um dos pontos mais sensíveis do segmento: a perda de produtividade
e competitividade. “Esse é um dos principais problemas enfrentados pelas indústrias de
menor porte. Não há como se buscar ganho produtivo e agregação de valor sem alcançar a
fronteira tecnológica”, afiançou.

O dirigente reforça que os principais países já investem maciçamente para a consolidação
da transformação digital de suas companhias, por meio de interligação de sistemas por
computação em nuvens, Big Datas, IoT (internet das coisas) e inteligência artificial. “O futuro da indústria perpassa pela estruturação alicerçada nesses pilares. Entendo que esse esforço, aliado ao nosso potencial e vocação regional, é essencial para que as indústrias locais consigam catapultar seus posicionamentos mercadológicos”, avaliou.

Na mesma linha, o vice-presidente da Fieam e presidente do SIMMMEM (Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus), Nelson Azevedo, considera que a nova versão do programa consiste em um passo importante no desenvolvimento das micro, pequenas e médias indústrias. O executivo explica que, enquanto a grande indústria tem mais organização e disponibilidade de investimentos
para aumentar a produtividade e a digitalização de suas atividades, as MPMEs carecem de
pessoal e capital para fazer as melhorias necessárias para impulsionar os ganhos de produtividade.

“E isso se reflete nas indústrias do Amazonas, que espelha a realidade nacional. Com
o desenvolvimento desse importante segmento industrial haverá mais contratações de
mão de obra, melhorando o emprego e renda, contribuindo com diversos indicadores sociais da região. O novo Brasil Mais Produtivo agrega uma série de ações desenvolvidas por instituições estratégicas e temos a certeza que haverá um impulso na retomada da industrialização do país”, asseverou.

Política Industrial 

Já o presidente do Conselho Superior do Cieam, Luiz Augusto Barreto Rocha, também
comemorou a medida do governo federal. O Centro da Indústria do Estado do Amazonas
é a única entidade amazonense com assento no CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial) e, conforme o dirigente, tem participado e contribuído
“ativamente” em reuniões para formatar uma nova política industrial para o Brasil –movimento no qual está inserido o Novo Brasil Mais Produtivo. “Em outubro, participamos
de quatro Grupos de Trabalho no Mdic, em Brasília, onde pudemos ter voz e ser ouvidos amplamente, levando as características e peculiaridades da região amazônica, na logística e necessidade de infraestrutura até tecnologias de interesse para a soberania nacional, investimentos em tecnologia e inovação e matrizes energéticas sustentáveis, demonstrando a todos que temos voz ativa e participação inteligente, que com certeza irão gerar externalidades positivas e demonstrar que a Zona Franca de Manaus tem lideranças ativas
e capazes”, arrematou.

Fonte: JCAM

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