Foi o pior resultado para meses de fevereiro desde 2020. No mesmo mês do ano passado, foram criados 353,29 mil vagas com carteira assinada, segundo dados do ‘novo Caged’.

O Brasil gerou 241,78 mil empregos com carteira assinada em fevereiro deste ano, informou nesta quarta-feira (29) o Ministério do Trabalho e Emprego.

O resultado representa piora em relação a fevereiro do ano passado, quando foram criados 353,29 mil empregos formais. A queda, nesta comparação, foi de 31,6%.

Ao todo, segundo o governo federal, em fevereiro deste ano foram registradas:

  • 1,94 milhão de contratações;
  • 1,70 milhão de demissões.

Esse também foi o pior resultado, para meses de fevereiro, desde 2020 – quando foram abertas 217,26 mil empregos formais.

No mesmo mês de 2021, foram abertas 397,68 mil empregos com carteira assinada.

A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada porque o governo mudou a metodologia.

Juro alto ‘sacrifica’ empregos, diz ministro

Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o grande problema da economia, atualmente, é o que ele classificou como uma “insanidade monetária” por parte do Banco Central.

Essas são novas críticas do governo ao Banco Central, que tem mantido o juro básico da economia em 13,75% ao ano, o mais alto em mais de seis anos, para conter pressões inflacionárias.

O patamar dos juros brasileiros, que em termos reais (descontada a inflação estimada para os doze meses seguintes) é o maior do mundo, tem sido criticado reiteradamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes do governo.

O BC, uma instituição autônoma, é comandado por Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o ministro Marinho, não faz “absolutamente nenhum sentido” a manutenção do juro no atual patamar. “Sacrifica a indústria, o comércio, a geração de empregos e a retomada da economia”, declarou.

Ele avaliou que não se controla a inflação apenas pela manutenção do juro básico em patamar elevado, mas também por meio da alta dos investimentos (que eleva a oferta de produtos).

“Se tem mais produção, controla os preços nas gôndolas [dos supermercados]. As coisas nãos são somente: ‘as pessoas têm mais dinheiro no bolso, vai gerar inflação”, disse.

Primeiro bimestre

De acordo com o Ministério do Trabalho, 326,35 mil de vagas formais de emprego foram criadas no país no primeiro bimestre deste ano.

O número representa recuo de 37,3% na comparação com o mesmo período de 2021, quando foram criadas 520,54 mil vagas.

  • Ao final de fevereiro de 2022, ainda conforme os dados oficiais, o Brasil tinha saldo de 42,77 milhões de empregos com carteira assinada.
  • O resultado representa aumento na comparação com janeiro deste ano (42,52 milhões) e com fevereiro de 2022 (40,93 milhões).

Setores

Os números do Caged de fevereiro de 2023 mostram que foram criados empregos formais em quatro dos cinco setores da economia.

Empregos por setor:
Serviços: 164.200
Indústria: 40.380
Construção: 22.246
Comércio: – 1.325
Agropecuária: 16.284

Regiões do país

Os dados também revelam que foram abertas vagas em todas regiões do país no mês passado.

Empregos por região
Sudeste:110.575
Nordeste: 23.164
Sul: 63.309
Centro-Oeste: 29.959
Norte:12.456

Salário médio de admissão

O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 1.978,12 em fevereiro deste ano, o que representa queda real (descontada a inflação) em relação a janeiro desse ano (R$ 2.028,27).

Na comparação com fevereiro de 2022, porém, houve aumento no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 1.960,49.

Caged x Pnad

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, isto é, não incluem os informais.

Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).

Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) neste mês mostram que a taxa de desemprego no Brasil subiu para 8,4% no trimestre móvel de novembro a janeiro. É a menor taxa de desocupação para este período desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015 (6,9%). No trimestre imediatamente anterior, entre agosto e outubro, a taxa era de 8,3%.

Fonte: G1

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