Empresas que prometem investimento pequeno e gerar poucos empregos também são importantes para o fortalecimento do modelo Zona Franca
Nem só de grandes empresas e grandes investimentos que geram muitos empregos, riqueza e impostos vive o modelo Zona Franca de Manaus, como os das gigantes BYD (baterias para ônibus elétricos), KTM (fabricante de motocicletas esportivas) ou Cal-Comp (celulares de quinta geração). Há um grupo de indústrias médias e pequenas que também fazem a diferença para o modelo.
Nas reuniões dos Conselhos de Desenvolvimento do Governo do Amazonas (Codam), no último dia 25 de abril, e de Administração da Suframa (CAS), na terça-feira (30/4), esse grupo era a maioria entre os 33 projetos de implantação que tiveram aprovados a concessão de incentivos fiscais pelo Governo do Estado e o Governo Federal.
No Codam, por exemplo, houve a aprovação da concessão de benefícios fiscais, por exemplo, para a Tangará Florestal Humaitá, que produzirá tacos, perfis e aduelas de madeira para a construção civil. O investimento será de aproximadamente R$ 900 mil em três anos e vai gerar 14 empregos entre diretos e indiretos.
Quase nas mesmas condições foi o projeto da Supply Mix Indústria de Concentrados, que produzirá em Manaus concentrados para bebidas não alcoólicas.
Houve ainda projetos industriais altamente automatizados, como a do empresário Rudson Batista Grandal, que pretende investir quase R$ 1,2 milhão na produção de peças usinadas para empresas do Polo Industrial de Manaus, com a geração de oito empregos.
Ainda mais automatizado é o projeto da Pakan Indústria e Comércio de Alimentos, que produzirá em Manaus leite em pó vitaminado e para isso prevê investir quase R$ 17 milhões em três anos, gerando 11 empregos.
O polo de Alimentos do PIM também está em expansão, com projetos médios e pequenos, como o apresentado pela Manaós Comércio de Carnes e Cereais, que pretende beneficiar na Zona Franca “partes e miudezas comestíveis e subprodutos oriundos da indústria frigorífica”.
O investimento da Manaós não será pequeno: quase R$ 18 milhões em três anos e geração de quase 100 empregos novos.
CAS também aprova projetos pequenos, mas de grande relevância
Na última terça-feira o Conselho de Administração da Suframa, que aprova a concessão de incentivos fiscais do Governo Federal, também deu sinal verde para pequenas e médias industrias que darão o suporte para as grandes, no polo componentista, ou atuarão em setores que a maioria dos amazonenses sequer desconfia que são incentivados pela Suframa.
Um exemplo bem acabado dessas pequenas industrias que sem as quais as grandes não existiriam está nos polos de Embalagens Plásticas para produtos acabados. São exemplo os projetos de implantação da PACBras Indústria de Embalagens Plásticas e da Ikatuplast Industria de Embalagens Plásticas.
Ambas vão investir perto de R$ 2 milhões cada uma, gerar em torno de 100 empregos diretos e indiretos e que atenderão clientes que já são grandes na Zona Franca de Manaus, principalmente as do polo de Duas Rodas.
Para o economista Célio Oliveira Mouzinho, esses projetos pequenos cumprem uma função importante em um modelo como o Zona Franca de Manaus, que é atender as grandes indústrias, formar mão de obra qualificada para a indústria e ainda apostar no crescimento de novos mercados.
“Toda empresa grande hoje já foi uma empresa pequena no passado, portanto é justo que elas também tenham a chance no mercado e acessem os incentivos fiscais“, defendeu.
Fonte: Real Time 1