Por: Kethelen Nascimento
A expectativa de crescimento da carteira de crédito no Brasil foi revisada para 8,5% em 2025, segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgado nesta segunda-feira (17).
Em dezembro, a projeção era de um avanço de 9%, a revisão reflete um cenário econômico menos favorável, com inflação em alta e possibilidade de juros elevados ao longo do ano.
Em 2024, o crescimento do crédito no país foi de 10,9%, segundo o Banco Central.
O diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, Rubens Sardenberg, explicou que “o desempenho do crédito dependerá de fatores como o cenário fiscal e outras variáveis econômicas que podem influenciar a concessão de financiamentos e empréstimos.”
De forma simplificada, se uma pessoa pegar um empréstimo de R$ 10 mil parcelado em 24 meses em 2025, por exemplo, poderia ter um acréscimo de quase R$ 2 mil no total pago, devido à elevação dos juros.
O que significa que consumidores e empresas terão maior dificuldade para acessar financiamentos, reduzindo a demanda por crédito e impactando o crescimento do setor bancário
Inflação, juros e câmbio pesam nas projeções
A pesquisa, realizada entre os dias 5 e 10 de fevereiro com 21 executivos de bancos, revela que 76,2% dos entrevistados esperam que a taxa Selic supere os 14,25% em 2025.
O aumento dos juros impacta diretamente o custo do crédito, reduzindo a demanda por financiamentos e aumentando o risco de inadimplência.
O levantamento aponta que o dólar pode atingir R$ 5,95 até setembro deste ano, enquanto na pesquisa anterior, a projeção para o câmbio estava próxima de R$ 6, o que indica uma leve revisão para baixo, mas ainda mantendo a perspectiva de desvalorização da moeda brasileira.
Projeções para inflação e PIB
Em relação à inflação, 47,6% dos entrevistados estimam que o índice deve ficar próximo de 5,5% ao longo do ano, acima da meta estipulada pelo Banco Central.
Já para o Produto Interno Bruto (PIB), pouco mais da metade (52,4%) dos executivos bancários mantém a projeção de crescimento em torno de 2% para 2025.
O comportamento da economia nos próximos meses será determinante para confirmar ou alterar essas previsões.
O impacto das políticas monetárias, a evolução do cenário fiscal e os desdobramentos do cenário global também serão fatores-chave para o mercado de crédito no Brasil.
*Com informações da Agência Brasil
Fonte: Real Time 1