A carga está sendo transportada do Porto de Vila do Conde, no Município de Barcarena, no Pará

Karina Pinheiro

O Secretário de Desenvolvimento, Indústria e Tecnologia (Sedecti), Serafim Corrêa, anunciou nesta quinta-feira (19) que 1.160 contêineres estão vindo em balsas para abastecer as empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM). A carga está sendo transportada do Porto de Vila do Conde, no Município de Barcarena, no Pará.
“Manaus não vai parar. Encontramos esta alternativa para que a cidade seja abastecida.” afirmou o secretário.

Presidente da Associação Brasileira de Navegação Interior (Abani), Dodó Carvalho, disse que  quatro balsas chegarão em  Manaus até sábado.

“A primeira já está viajando, a segunda está terminando de carregar agora. A terceira irá carregar esta madrugada e a quarta carregará no sábado”, afirma Dodó Carvalho

Ele ressaltou que essa operação continuará. “Vai ser um carrossel de balsas saindo toda semana de lá (do porto). Serão de duas a três na faixa de 700 a 1000 contêineres saindo toda semana”, explica.

A Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac) confirmou o uso de barcaças. “Temos algumas empresas utilizando barcaças, mas demoram mais para chegar a Manaus e não existem barcaças suficientes”, aponta a Abac.

Um dos pontos críticos mencionados pelo secretário é a presença de navios parados que não conseguem atravessar, na região de Tabocal, localizado em Itacoatiara, a 270 km de Manaus.

“Os navios não conseguem atravessar e estão parados. Parte da mercadoria está sendo enviada através de balsas para Manaus, pois ela consegue se locomover a profundidades menores do que os navios”, explica Serafim.

Na quarta-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin, durante encontro com o governador Wilson Lima (União) e parlamentares do Amazonas, assinou a ordem de serviço para a dragagem dessa área da foz do rio Madeira, na região do Tabocal.

Situação preocupante

O presidente-executivo da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros), Jorge Junior, apontou, há três dias, em entrevista ao A CRÍTICA, a possibilidade de algumas empresas na Zona Franca de Manaus (ZFM) não terem insumos suficientes até o fim da seca no Amazonas.

“A dúvida é saber quando acabará a estiagem. Alguns dizem que deve durar mais 15 dias e outros 30 (dias), ainda. Dependendo do tempo que ainda durar, algumas empresas não terão insumos”, diz Jorge Junior.

Uma das alternativas para evitar demissões, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valdemir Santana, estaria sendo o adiantamento de férias coletivas de fim de ano para este período, devido a seca.

O superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, entretanto, negou a possibilidade.

“Isso é uma programação [anual] das empresas, não tem a ver com a estiagem. Até hoje, não há nenhuma paralisação em nenhuma fábrica por conta da estiagem. O que houve é, evidentemente, a dificuldade de transporte de insumos e da saída de produtos também. Isso foi vencido a cada etapa da dificuldade”, afirma ele.
Fonte: Acrítica

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