Segundo o parlamentar, o órgão ligado ao Ministério dos Transportes teve disponível, em 2023, cerca de R$ 30 bilhões para investimentos no país. Para 2024, a estimativa seria de R$ 50 bilhões para a mesma finalidade
Waldick Junior
Atualizado em 03/04/2024 às 18:27
O senador Eduardo Braga (MDB) afirmou que a recuperação da rodovia BR-319 custaria R$ 2 bilhões aos cofres públicos e que o recurso não seria um problema para o Departamento de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Ele atribuiu a não repavimentação da rodovia como “uma questão mais política do que de orçamento”.
Segundo o parlamentar, o órgão federal ligado ao Ministério dos Transportes teve disponível, em 2023, cerca de R$ 30 bilhões para investimentos no país. Para esse ano, a estimativa seria de R$ 50 bilhões para a mesma finalidade.
“A BR-319 custaria algo em torno de R 2 bilhões, valor que não seria um impeditivo para a recuperação da estrada”, pontuou o senador. Na sexta-feira (5), ele fará uma visita à rodovia com o diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, Fabio Pessoa. Segundo o parlamentar, o governo irá incluir trechos já asfaltados da rodovia no programa Revitaliza BR, que trata da manutenção de vias federais.
“Vamos, inclusive, ao local de construção das pontes que desabaram [em setembro de 2022], até porque estamos há um ano e quatro meses das quedas e estamos pressionando para que essas pontes fiquem prontas até outubro”, pontuou o senador para A CRÍTICA. “O programa Revitaliza BR será implementado no trecho que já está asfaltado, entre o quilômetro zero e o Careiro Castanho, melhorando a infraestrutura”, completou.
GT da BR-319
A visita acontece em meio à expectativa de publicação do relatório do grupo de trabalho da BR-319, GT criado a pedido do presidente Lula para pensar uma solução viável que permita a recuperação da rodovia, considerando a questão ambiental.
O GT da BR-319 encerrou os trabalhos em 29 de fevereiro, mas o documento final continua em análise interna no Ministério dos Transportes, ainda sem data para ser divulgado ao público. Conforme adiantou A CRÍTICA, a expectativa é que o relatório considere a rodovia viável e traga um cronograma para obtenção das licenças e repavimentação da estrada.
O parlamentar citou a seca extrema do ano passado, no Amazonas, para defender a revitalização da rodovia. Com a estiagem histórica, a navegação no rio Madeira, paralelo ao percurso da BR-319, foi interrompida pela Marinha.
Críticas
Eduardo Braga criticou ainda Marina Silva por falas sobre o uso futuro da rodovia. A ministra do Meio Ambiente, pasta responsável pelo Ibama, que avalia licenciamentos, tem sido o alvo favorito de parte considerável da classe política amazonense.